INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar a parte interventiva de uma pesquisa que está sendo realizada, relativa à identificação das questões voltadas à saúde mental das populações indígenas e quilombolas do estado do Ceará, a qual aponta para a dificuldade da chegada das políticas públicas nas comunidades supracitadas, situação que propicia formas de resistência dos povos tradicionais frente à defesa de direitos inerentes, especialmente o direito à saúde. As rodas de conversa em saúde mental, que tem sido organizada pelos pesquisadores estudantes da FACIBI/CE, da UFC/CE e da UNILAB/CE tem como objetivo diagnosticar a situação de saúde mental nos municípios cearenses com presença de populações quilombolas e indígenas, segundo os termos das próprias comunidades, com o intuito de se cobrar a chegada de políticas públicas que deveriam, mas que não estão chegando nesses ambientes em questão, além de ser uma contrapartida vinda pelos pesquisadores e solicitada pelas próprias comunidades para a pesquisa. A pesquisa “Detecção de agravos e fatores de proteção em Saúde Mental (SM) de populações indígenas e quilombolas do Ceará” é um projeto que foi financiado pelo edital do PPSUS (Programa Pesquisa para o SUS), ocorre desde março de 2021 e é coordenada pelo professor James Ferreira Moura Jr, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Atualmente, encontra-se em um momento de visita aos quilombos e às comunidades indígenas, onde se realizam essas rodas de conversa, na integração com as comunidades. Nós, alunos da FACIBI, temos a oportunidade de nos unir a outras universidades do Ceará, com o intuito de contribuir com essa pesquisa que vai contribuir muito com nossa região, já que temos aqui na Serra da Ibiapaba a comunidade Quilombola do Sítio CArn.

METODOLOGIA

Para obtenção das informações supracitadas, foi realizado um encontro com os alunos do curso Técnico em Enfermagem na cidade de Ubajara-Ce, com idades entre 15 e 18 anos. Por meio de dinâmicas e rodas de conversa ministrados pelos alunos do curso de psicologia do 6º semestre podemos explanar de forma fácil e dinâmica a compreensão dos jovens a respeito do que seria saúde mental e como eles lidam com a carga emocional diária. Dividimos a intervenção em 3 momentos: o 1º momento o grupo ficou junto para uma atividade de sensibilização, no 2º momento, nos dividimos em 3 grupos menores onde cada estudante de psicologia facilitou a discussões com as palavras geradoras junto aos alunos, e no 3º momento, todo o grupo se reuniu novamente para fechar a roda de conversa com uma atividade de integração.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Percebe-se o quanto a roda de conversa mobiliza e facilita a escuta qualificada para todos os integrantes do grupo. Foi notório que as palavras geradoras foram de encontro com as demandas que os jovens estudantes estavam sentindo por estarem em um encerramento de ano letivo e com os receios advindo da chegada do terceiro ano do ensino médio, já que estavam finalizando o segundo ano. Como nos relatou uma jovem “este ano foi muito pesado, estamos cansados, e com medo do ano que vem quando terminarmos o ensino médio se vamos conseguir um emprego ou não, entende!” Daí, vemos a importância dessa parceria escola e a psicologia nesse sentido de se tornar uma aliada para contribuir na promoção de mais atividades como essa que venham propiciar lugares de fala, de escuta e de possíveis cuidados nessa coletividade que estar em grupo na escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desse modo, percebeu-se que é de grande importância falar sobre assuntos relacionados a saúde mental, visto o retorno positivo da escuta acolhedora disponibilizada aos jovens. Em consonância com essa afirmativa evidencia-se a necessidade dos alunos em serem ouvidos sobre aquilo que os incomodam e sobre seus sentimentos, tal qual, seus medos, ansiedade e cansaço. As rodas de conversas constituíram-se como um espaço de troca de experiências, a partir das falas reflexivas entre os jovens estudantes, oportunizando acolhimento e conscientização de dificuldades que puderam ser partilhadas, favorecendo novas significações para as vivências. Todavia entende -se que a saúde mental dos estudantes é afetada por diversos fatores externos e internos, inclusive pelo processo acadêmico. Posto isto, a experiência aponta a importância de uma escuta ativa e sensível nos ambientes escolares como meios de prevenção e promoção de saúde.

REFERÊNCIAS

PARE E OLHE PARA VOCÊ. Saúde mental Einstein. Disponível em https://www.einstein.br/saudemental ALMEIDA, Sandra Francesca Conte de. O papel da escola na educação e prevenção em saúde mental. Estilos clin., São Paulo , v. 3, n. 4, p. 112-119, 1998 . Disponível em . acessos em 13 dez. 2022. VIEIRA, M. A., ESTANISLAU G. M. BORDIN, A. I. Saúde mental na escola ESTANISLAU, G.M.; BRESSAN, R. A. (orgs).Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber. Porto Alegre: Artmed, 2014.

AUTORES

Dairla Oliveira¹ Lívia Maria² Raiane Lopes³ Talita Lima⁴ Francileuda Farrapo Portela e Vasconcelos⁵